Pesadelos…

pesadelo

Há muito, mas muito tempo mesmo ele andava tendo sonhos. Seria melhor dizer pesadelos. Metaforicamente eles queriam dizer-lhe algo, mas ele não conseguia decifrar absolutamente nada. E eram quase sempre sonhos realmente assombrosos, tristes, de muita agonia, de lágrimas correndo aos olhos. Acordava sem fôlego. Ontem ele estivera em um hospital, uma senhora acabara de fazer uma cirurgia. Ao lado da cama sua filha e o médico. Um olhar choroso com profundas olheiras na paciente, os cabelos loiros caídos sobre a colcha levemente suja de sangue. A filha com olhos verdes de esperança. O médico com os olhos negros da morte. Assustadoramente ele olhara para o alto e sobre a cama, uma espécie de câmara, todos os órgãos da paciente estavam pendurados em ganchos de açougue e respingavam. Era a visão da morte que ali estivera. Rins, fígado, coração, intestinos, estômago… tudo prontamente exposto e ainda vivo. Sob o olhar atônito da filha o médico anunciara: está morta! E ainda que atônita ela relutasse uma melhora devido à cirurgia bem sucedida o médico nada mais podia fazer. E então ele acordou do doloroso pesadelo que era a vida!

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